sábado

Maison Nicolas Flamel

   Uma das coisas que mais aprecio ao flanar por Paris é a surpresa em dobrar uma esquina e descobrir alguma parte da história da cidade ou mesmo do mundo, sendo ela até mesmo esotérica. 
   Foi exatamente assim que descobri a Casa de Nicolas Flamel, no 3eme arrondissement, 51, Rue Montemorency, considerada uma das casas mais antigas de Paris, de 1407 e outros detalhes da vida desse lendário Alquimista e Hermetista.
  Esta residência foi construída por Flamel e sua esposa Pernelle (viúva rica de dois casamentos) era destinada a acolher os miseráveis da época, estudantes sem lar, trabalhadores rurais onde ofereciam abrigo e refeição em troca apenas de oração.


Na frente da casa inscrição que lembra algo como  " Uma casa de trabalhadores e rezaremos todos os dias Ave Maria e Pai Nosso como perdão a Deus e agradecimento a ajuda aos pobres..."

Nas colunas simbolos alquímicos, anjos e o lema da casa "Ora et labora"...

   
   Conta a lenda que quando jovem teve um sonho sobre um livro Hermético, encontrou-o ao comprar em sua livraria " o Manuscrito de Abraham" o que mudaria sua vida para sempre. Durante longos anos tentou decifrá-lo com a ajuda de Pernelle, sem conseguir, resolveu fazer a peregrinação o Caminho de Saint Jacques até Santiago de Compostella, onde encontrou um mestre que lhe ensinou a chave para decifrar os códigos do livro, a busca dos segredos da Alquimia, a Pedra Filosofal, transformar metal em ouro, o que o tornou famoso. Muitos tratados alquímicos foram atribuídos a ele, no final do século XV ao século XVII , sendo o mais famoso "O Livro de Figuras hieroglíficas" publicado em 1612 .

  Portanto, segundo a lenda, a fortuna de Nicolas Flamel através da alquimia tornou-se enorme, mas ele continuava a viver de forma simples e sua fortuna empregada para ajudar os menos favorecidos. Além da criação de muitas fundações de caridade, hospitais, é creditado a ele a construção da igreja gótica de Saint Jacques la Boucherie, no século XVI, que foi destruída durante a Revolução permanecendo apenas a Torre de St. Jacques, onde está seu túmulo, porém a sua lápide foi perdida durante a Revolução mas hoje encontra-se no Museu Clunny.


  Algo semelhante como: "...vim da terra e voltarei para lá, eu te dou minha alma, Jesus, tu que perdoa todos..."

Atualmente a Casa de Nicolas Flamel é um restaurante:
Auberge Nicolas Flamel

51, Rue Montemorency, 75003 Paris, França. 
Metrô Rembuteau ou Étienne Marcel

 Foto do site: http://www.auberge-nicolas-flamel.fr/

Maison Victor Hugo

  Victor Hugo morou durante 16 anos (1832-1848) da sua vida no segundo andar do Hôtel de Rohan-Guéménée , na mais antiga praça de Paris, 6, Place des Voges que desde 1903 tornou-se um museu contando a vida do famoso escritor francês, autor de grandes obras como Les Misérables e Notre-Dame de Paris.
   O museu é gratuito, no primeiro andar tem as exposições temporárias e no segundo andar as salas com a gravuras, livros, pinturas, salas com decoração exótica e a pena que utilizou para escrever Les Misérables.

Quarto de Victor Hugo onde ele faleceu.

Maison Victor Hugo
6, place des Vosges, 75004
Metrô: Saint-Paul
Aberto de terça a domingo (exceto feriados), das 10h às 18h

domingo

Cour du Commerce Saint Andre

   Descobri essa passagem charmosa durante uma caminhada em um domingo no Quartier Latin, Cour du Commerce Saint Andre, a nostalgia está no ar, no chão, nas casas...

   Originalmente em 1735 ela foi criada para conectar as Rue St-André-des-Arts à Rue l'Ancienne Comédie e após a era Haussman passou a ligar também à Bd. St-Germain (St-Germain-des-Prés). 
  
   Ela foi construída no local do fosso da fortificação que o rei Philippe Auguste na época das Cruzadas mandou construiu como forma de proteção em torno da cidade. Eram trinta e quatro torres de defesa e parte de uma dessas torres ainda sobrevive dentro da loja "Un Dimanche à Paris".
  
   Ao lado dessa casa de chá, o famoso e mais antigo café-restaurante em Paris o "Le Procope" fundado em 1686 por Francesco Procopio del Coltelli, seus visitantes ilustres entre os intelectuais e personalidades como Voltaire, Danton, Robespierre, Marat ou Benjamin Franklin costumavam frequentar o café. 

  No n.º 8 era o local do jornal revolucionário "L'Ami du Peulple" pelo jornalista Jean-Paul Marat, hoje uma loja de azeites da Provence maravilhosa, "Huiles D'Olive de Provence".

  No porão do n.° 9 o Dr. Guillotin realizou experimentos para tentar aperfeiçoar a máquina que "decapita de forma indolor e rápida".
 
  No n.º 20 era casa de Danton que corresponde a uma parte da rua que desapareceu com a construção de Boulevard Saint Germain, hoje uma estátua de Danton foi construída no local onde estava sua casa.


Wikipedia - foto de 1870 de Charles Marville

 

   Como sou apaixonada por azeites fotografei a lojinha nos mínimos detalhes... 

  
 Minha comprinha deliciosa na lojinha...

Passeio de Gôndola em Veneza

  Toda vez que penso em Veneza é sempre com romantismo, minha associação é tão rápida que se me perguntarem o que achou da cidade, direi é muito mas muito romântica!! É maravilhosa, única!!
  Para completar todo essa sensação de bem estar em Veneza, por que não passear de gôndola pelos canais??
  Mesmo sendo um passeio turístico típico é imperdível, o valor é alto dependendo da negociação com o gondoleiro e da époda da estação em que esteja na cidade pode custar entre 80 a 180 euros, duração em média de 40 minutos, existem vários nos canais, a escolha depende de você, demorei um pouco até achar um que simpatizei.
  Uma forma totalmente diferente do conhecer a cidade, impulsionada pelo gondoleiro, deslizando pelas águas tranquilas dos canais, o gondoleiro vai contando a história e mostrando os pontos turísticos do local, você vai admirando toda aquela beleza e leveza desfrutei de um momento maravilhoso.



Dificil escolher qual delas, escolhi uma vermelha, toda em veludo, afinal tinha que ser especial!!


 

sábado

Veneza

   Quando era adolescente, uma romântica sonhadora como todas nessa idade, sonhava acordada em viver um romance de filme em Veneza.
   Passear de gondola com o amado, o beijo inesperado e apaixonado embaixo da Ponte Sospiri, para que o amor durasse a eternidade...
   O sonho se concretizou... faltaram algumas cenas de filme, mas o beijo foi lindo, um dia especial que ficou guardado em nossa memória e em nossos corações, um momento mágico para ser sempre lembrado...
   Foi o primeiro lugar que fui conhecer sem roteiro definido, apenas um mapa e algumas informações de pontos turísticos que não se pode deixar de ver. Não me arrependo nem um pouco, caminhamos muito, fiz o que os franceses chamam de flanar... sem rumo certo, e, em cada ruazinha, em cada canal, uma surpresa agradável.

   Logo que chegamos pela Estação Santa Lucia e ter a primeira a visão da cidade  já se percebe que Veneza é diferente de tudo...


 Direto comprar o blhete e descobrir qual vaporetto correto, quem tem boca vai a Roma, certo? Nesse caso Veneza, bem nem tanto, tivemos uma pequena falta de sorte, pegamos um que não parava exatamente em frente a entrada do nosso hotel, paramos na Praça San Marco e tivemos que puxar as malas e subir escadas até entrada certa, mas chegamos!!

  O "passeio" de vaporetto até o hotel já me deixou encantada com a vista e a noção dos locais a conhecer...

  
   Nosso hotel era bem simples mas o quarto uma gracinha, fiquei surpresa!!


   Deixamos a malas no hotel e vamos caminhar porque não poderia peder nem um segundo de tanta ansiedade...