domingo

Nossa aventura em Abu Simbel

Chegou o grande dia de conhecer o mais magnífico de todos os templos da civilização egípcia na minha opinião. 
Triste era saber que estávamos nos últimos dias, ao retornar do templo iríamos pegar o avião e retornar ao Cairo para apenas mais uns dois dias e o nosso sonho, a nossa viagem tão esperada chegaria ao fim...
Na noite anterior, nossa última noite no cruzeiro nosso guia que sabia que estávamos em lua de mel nos fez uma grande surpresa durante a noite típica egípcia, casamos aos moldes egípcios com direito a festa e bolo de casamento e ainda por conta da parte turística do pacote teve apresentação de música e dança típica e brincadeiras com os grupos. Uma noite muito divertida e diferente!!!
No dia seguinte cada um do grupo faria seu passeio a Abu Simbel, uma parte seguiria com o Cruzeiro até Sharm el Sheikl, outros iriam de van e nós escolhemos ir de avião, mais rápido e poderemos aproveitar mais o tempo... Afinal seria o grande dia e minhas expectativas eram enormes!!
Menphis Air um nome um tanto sugestivo para uma companhia áerea, Cidade dos Mortos (??).
Fomos levados de carro até o aeroporto e literalmente deixados lá sem maiores informações além de ticket de passagem e o nome de outro guia que iria nos acompanhar no templo...
Depois que decolamos entendemos melhor o nome da CIA era o maior terror, meu marido entrou em pânico e olha que isso nunca acontece e eu que sempre tenho pavor estava tão feliz e tão ansiosa pela chegada que não me importei com nada.
Quando estavamos chegando tive a primeira visão do alto do templo fiquei sem palavras e chorei de emoção enquanto meu marido se preocupava com a aterrizagem e os crocodilos!! 
Depois das palmas de todos ao piloto pela aterrizagem percebi que não era só o meu marido que estava preocupado, mas tudo bem chegamos são e salvos!!
Descemos do avião e nos conduziram até um onibus que nos levariam ao portal de entrada como se fosse um parque, lá estava o guia com mais duas pessoas. Entramos, caminhamos bastante até chegarmos a frente dos templos, ele fez uma breve explicação e combinou que após 1 hora deveríamos nos encontrar no mesmo local da entrada. Conhecemos os templos e retornamos como foi marcado mas não havia ninguém e não sabiamos como fazer para voltar (??). Nos sentimos perdidos mas por sorte vimos um grupo que estava conosco no avião e resolvemos segui-los, entramos no onibus e retornamos ao aeroporto, mas como vamos embarcar?? Lembram do ticket de chegada? Pois é ainda bem que guardei comigo pois sem ele não voltariamos.
A volta foi pior, o avião parecia mesmo um teco-teco, observei as pessoas e pude constatar que todos estavam tão apavorados quanto nós, foi uma aventura que guardamos até hoje e contamos com boas risadas...

Abu Simbel

    O maravilhoso Templo de Abu Simbel foi construído no século XIII AC por ordem do faraó Ramsés II, para ser adorado e respeitado, impor a sua mangetude, para comemorar a sua vitória na Batalha de Kadesh e intimidar seus vizinhos nubianos. Localizado ao sul de Aswan teve que ser removido quando em meados dos anos de 1960 houve a construção da represa de Aswan podendo ficar imerso no Lago Nesser, com ajuda internacional os blocos de pedra foram transferidos para uma montanha mais alta e considerado Patrimônico Histórico da UNESCO, talvez por esta razão seja o templo mais bem cuidado e preservado.

   São dois templos grandiosos esculpidos na rocha, o maior dedicado aos deuses Ra-Harakhty, Ptah e Amun e ao próprio Ramsés para ser adorado como um deus vivo, também chamado de Templo de Ramsés, o amado de Amon.




    O interior do templo não pode ser fotografado, as paredes do salão principal possuem relevo da passagem da vitória da Batalha de Kadesh junto com o Amon-Rá e várias estátuas de Osíris, ao entrar nos deparamos com duas colunas formadas pelas estátuas de Ramsés que formam um caminho até uma sala sagrada onde foram esculpidos na rocha quatro estátuas que representam os quatro deuses principais do templo ( da direita à esquerda) Rá-hor-Akhty, Ramsés II (divinizado), Amón, e Ptah, santuário onde somente o faraó poderia entrar. Fato curioso que exatamente que este local do templo foi escolhido com grande precisão para permitir a entrada dos raios do sol ao santuário duas vezes por ano, na data do nascimento (22 Fevereiro) e na data da coroação de Ramsés (22 Outubro), e, iluminar apenas os três deuses enquanto Ptha deus da sombras ficava na escuridão. Infelizmente quando foi tranferido de local mesmo com toda a tencologia e modernidade da época não conseguiram reproduzir a entrada dos raios de sol da mesma forma que os engenheiros do faraó.


   O outro menor dedicado a sua esposa favorita Nerfetari e a deusa Hathor, deusa do amor e o amor do faraó pela esposa, construído em argila rosa com um aspecto mais feminino e as estátuas de Nerfetari a semelhança com a deusa do amor.
   A entrada do templo conduz a um corredor com inscrições de Ramsés e da Nefertarin até chegar uma sala com pilares com a imagem da deusa Hathor entre dois pilares de Osíris. As paredes estão entalhadas de relevos que ilustram cenas diferentes como a coroação do rei por Hórus e Set, a rainha Nefertari e a deusa Hathor. No fundo do templo encontra-se o santuário com uma estátua da deusa Hathor protegendo o rei Ramsés II.

quarta-feira

Cruzeiro pelo Nilo

    Após conhecer  a cidade do Cairo, fomos de avião a Luxor,  já tinha escutado tantas coisas horríveis da viagem de trem, dessa vez, achei por bem um pouco mais de conforto e pernoitamos no Meridien e no dia seguinte embarcamos no Cruzeiro pelo Nilo, para conhecermos os templos.

 

   Instalados no barco mas antes de iniciar o cruzeiro, conhecemos a famosa e antiga capital do Egito Antigo, a cidade de Tebas, hoje a cidade Luxor.
    Tebas antiga era dividida em duas partes pelo Rio Nilo: a Leste de Tebas, a cidade dos vivos, onde se encontravam os palácios reais, os templos de culto (Luxor e Karnak), os mercados e a Oeste de Tebas, a cidade dos mortos (a necrópole de Tebas). 
      Hoje a leste, encontramos a parte urbana de Luxor, uma cidade pequena, que vive do turismo, com hotéis modernos e luxuosos, restaurantes, o mercado, lojas de presentes, aeroporto, estação de comboio, os ancoradouros de cruzeiros, os templos famosos do Karnak e de Luxor. A oeste encontamos os locais de monumentos como: o Vale dos Reis, o Vale das Rainhas, o Vale dos Nobres e outros.
 
Templo de Luxor
 
   Templo de Karnak

    Os templos do Karnak em Luxor são uns dos maiores templos em todo o mundo. É um complexo religioso único que contem um conjunto de templos dedicados à Tríade de Tebas: Amon, Nut e Khonso.
   No final da tarde retornamos ao barco para almoçar. Os barcos ficam ancorados um ao lado do outro,  é preciso atravessar por eles até chegarmos ao nosso.
   No dia seguinte, acordamos de madrugada e seguimos em comboio até  a Necrópole de Tebas, ao Vale dos Reis,  visitar as tumbas dos principais faraós, dentre elas a de Tutankamon (suas relíquias encontram-se no Museu do Cairo), o sol estava nascendo quando chegamos na entrada da visitação.

     
    Depois ao Vale das Rainhas, Templo de Hatseptsut, é um dos mais belos templos do Egito. Foi construído para ser um templo funerário ou comemorativo para a rainha Hatshepsut que foi uma das grandes rainhas da História Egípcia.  
Templo de Hatseptsut

     Última visita antes de voltarmos a Luxor, Colosso de Memnon com as duas estátuas de Amenófiles II (ou Amehontep III), que  seriam os guardiões do que foi de um dos maiores templos funerários  para um faraó. Foi completamente destruído pelas inúmeras inundações do Nilo.
Colosso de Memnon

Término do segundo dia...

domingo

Cairo


   Chegamos no Cairo as 3 horas da madrugada, cansados e com medo de não ter ninguem a nossa espera, ainda mais depois de ter lido vários relatos sobre os policiais da imigração.  Ao  longe vimos uma plaquinha com os nossos nomes, um rapaz educado falante, nos deu boas vindas e já nos encaminhou para realizarmos a imigração, rapidamente ja estávamos na saída do aeroporto e dentro de uma van, a caminho do hotel. 

  Imaginei que a essa hora encontraríamos as ruas desertas, ficamos atordoados com tantas  pessoas, a maioria jovens, aguardando para entrada em boates, outros nos bares, ruas cheias de carros, com trânsito agitado, mal sabia que era muito pior durante o dia... a vida noturna ferve no Cairo!! E, nós só queriamos descansar...

  Chegamos ao Hotel,  Sofitel Les Sphinxes, já tinha pesquisado na internet como era o hotel e a sua localização, de frente para as Piramides, ao chegar, claro a primeira coisa era procurar por elas...  nada... fui enganada, as imagens na net eram mentiras... bem que o pessoal de casa disse... mas a noite elas ficam no escuro, após um maravilhoso café da manhã intercontinental, fomos olhar rapidamente a parte externa do hotel, e lá estavam elas, ainda encobertas pela névoa da manhã, mas estavam lá sim!!



  Iniciamos nossa excursão, com pontualidade britânica egípcia, agora era um outro rapaz, Tarek, falando espanhol, agitado, "falando com as mãos", lembrava muito meus tios libaneses... Entramos na van, conhecemos mais dois rapazes de Bogotá, simpáticos, que descobrimos depois seriam nossos companheiros de toda a viagem...
  
   Enquanto passavamos pelas ruas era de certa forma engraçado ver carros e camelos convivendo pacificamente, se é que se pode dizer isso do transito louco do Cairo...

   Primeira visita, Sakara ...


  
   Arrepiei quando vi a primeira pirâmide de perto na minha vida, queria tocar, ter certeza de estar ali, bem de frente para elas, algo como "me belisca que to sonhando", mas nem imginava  que o melhor ainda estava por vir...


  Próxima parada: Pirâmides de Gizé



     A emoção foi indescretível, nem imaginam o quanto, já faz tanto tempo, mas aquela sensação vai permanecer por toda a minha vida... fecho os olhos e lembro nitidamente a primeira visão delas, algo majestoso, grandioso, nem sei como descreve-las...
     
   Fiquei espantada ao ver o quanto o progresso destrói as belezas naturais, imaginava ver deserto por todos os lados, mas o turismo cada vez maior, fez o governo construir estradas fazendo com que o antigo se misturasse com o moderno, em alguns lugares esse efeito chega a ser interessante, mas a minha visão ficou digamos desfocada, não condizia com o local tão  místico e tão venerado em outras épocas...


    Andar pelo deserto no camelo? Mas claro!! Não perderia essa chance por nada!!  Mesmo  que  fosse uma voltinha bem pequenina e mesmo que o medo  passasse bem pertinho, não deixaria de ter essa aventura!! Animal desingonçado, enorme, fedorento, mas muito divertido, não sei se ria de medo ou por divertimento mesmo!! Os dois!!!

   
    Os egípcios adoram perguntar de onde vc é?? E, quando respondemos Brasil, pronto!! Fazem uma festa, acenam, gritam Brasilll, Pelé, Ronaldinhooo!! São espertos gostam de agradar para ganharem gorjeta. Quando se oferecem para tirar fotos com eles ou de nós, cuidado, se não pagar eles se transformam e brigam mesmo!! Li em vários locais que muitas pessoas levavam  lembrancinhas brasileiras para trocar com eles, acho até que seria uma boa idéia, mas eles gostam mesmo é de uma boa gorjeta, um "regalo".
   
    A enigmática Esfinge, guardiã das Piramides de Gizé, a grande protetora do portal para o caminho sagrado e místico até o templo nas piramides... Para os egípcios ela significa poder e sabedoria, a "imagem viva" de um Deus Divino. 
   A minha visão se perdeu pela grandiosidade desse monumento e da Grande Piramide, é tudo envolto por um mistério que nunca poderemos desvendar, apenas admirar.



 




   No dia seguinte conhecemos Menphis, a Cidade dos Mortos, o Museu Egípcio e Mercado de El Kalili.

      Menphis
   
   Menphis foi uma das cidades mais importante do antigo Egito, mas hoje encontramos apenas vestígios da beleza do que foi um dia. 


Colosso de Ramsés II

    Após o témino dos passeios com o guia, ele nos ofereceu retornar para o Hotel ou conhecer o Mercado de El Kalili, estava com muita curiosodade e mortos de fome, resolvemos arriscar conhecer e depois nos aventurar no retorno sozinhos para o Hotel, que ficava bem fora do centro de Cairo. Mercado com muitos egípcios e turistas, talvez tenha sido a parte mais divertida do dia, as compras, tudo voce precisa barganhar consegue-se ótimos preços, bem mais em conta do que os valores inciais. E, é claro por ter sido a primeira vez que fumei "Xixa" na vida, como os egípcios chamam o Narguille.

    Mercado de El Kalili
   Mercado antigo, mas que mantém toda a sua origem, podemos comprar de tudo, desde especiarias, quadros, tapetes, roupas egípcias e de dança do ventre, prataria, lenços e xales coloridos,


   Foi Tarek quem escolheu o restaurante e quem nos ensinou a fumar Narguille, na minha infância lembro por várias vezes ter visto meu avô fumar, na época não sabia bem o que era, mas achava interessante, principalamente o aroma que ficava no ar...
   Compramos um Narguille-Xixa pequena nos ambulantes em Gizé, pode-se comprar uma variedade de sabores do fumo, a que mais gostei foi a com sabor de maça verde é uma delícia.

  
   Muitas vezes li em que as mulheres egípcias nos olhavam de forma atravessada e até mesmos brigam conosco por causa da nossa roupa, mas creio que basta sabermos respeitar a cultura  e a religião deles, evitando usar ropas decotadas e shorts curtos, procurava sempre usar  bermudas até o joelho e um xalé quando a minha blusa fosse de alça, assim, evitamos problemas e temos o respeitos dos homens também.
  
   É claro que pode acontecer de quererem comprar você se for mulher, oferecendo uns camelos em troca ao seu acompanhante, digo isso, porque um guarda que nos ajudou a procurar um cartão telefônico, começou com uma conversa educada perguntando de onde éramos e daqui a pouco, estava oferecendo alguns camelos ao meu marido em troca de minha pessoa, esquisito e assustador na hora, mas depois rendeu uma boas gargalhadas, principalmente, porque ele ofereceu três camelitos, será que é um bom valor? Será que eu estava valendo bem no mercado?? Depois dessa conversa desisti até do cartão, queria era ir embora e bem rápido!

  Na volta ao Hotel tivemos a sorte de conhecer um motorista de táxi que se tornou o nosso chofer no Cairo durante nossos dias de passeio sozinhos, Sr. Arhmed.

   Durante as minhas pesquisas li que precisávamos tomar cuidado com os motoristas de táxi, mas não tivemos nenhum problema, pelo contrário, no dia seguinte fomos ao Museu e ao Mercado novamente, ele nos deixou no Museu marcamos um horário para o retorno e ele só aceitou pagamento quando finalizassemos o passeio com a chegada no hotel, isso nunca aconteceria por aqui.



sábado

Como Tudo Começou...

   Ainda lembro a primeira vez que escutei alguém falar sobre uma viagem que tinha feito ao Egito, as Piramides, os Templos, Cruzeiro pelo Nilo, por um valor que na época não era caro...    Estavamos no piano-bar da Modern Sound, esperando um primo se apresentar ao piano, minha euforia contaminou a todos e não esperei nem o meu namorado (na época ainda era) chegar e liguei contando a novidade: vamos viajar para o Egito!!! Como?? É!! Viajar!! Mas assim, tão de repente?? Tem coisa melhor?? Você enlouqueceu de vez!!   

  Pois é, algum tempo atrás tinhamos conversado sobre os nossos sonhos, foi quando descobri que conhecer o Egito era o grande sonho dele, na verdade o nosso!! Nunca tinhamos na verdade pensado em torná-lo realidade, parecia algo muito distante... Nunca tínhamos viajado para o exterior, o máximo foi para Buenos Aires...    

    Agora compreendem a minha felicidade??!!    

    No dia seguinte já comecei as minhas pesquisas,  procurei empresas, publicações na net, todas as informações e custo é claro... Imaginei todos os preparativos, bem na verdade, ja estava me vendo dentro do Cruzeiro...    

    Foram 10 meses de pura ansiedade quando Novembro de 2006 chegou poderíamos enfim concretizar nosso sonho, 15 dias conhecendo a história ao vivo!!    

    Nessa mesma época resolvemos que estaríamos casados no Ano Novo, quando voltássemos da viagem, viveríamos juntos, resolvemos então dizer a todos que seria a nossa viagem de Lua Mel.     Nossa idéia era no retorno da viajem passar 03 dias em Paris, seria na Torre Eiffel, o pedido oficial do casamento, chique não? Sonhamos alto demais e não deu certo... Paris, o pedido com as alianças ficariam para uma próxima vez...   

   Mas nem tudo estava perdido, uma grande surpresa surgiu do nada durante o Cruzeiro pelo Nilo, casamos ao estilo egípcio, com direito a festa egípcia, música, comida típica e bolo de casamento!! 


Bem... tudo começou nessa viagem...